O tempo passou a ser um contínuo caminho incerto e sem ruas
Seu nome era Pequena, encostava sua cabeça junto ao meu peito
Você me chamava de lua, o motivo da minha existência era sua segurança
O que sou agora se não uma lembrança amarga?
Existiu no meio do nosso caminho uma flor, mas não era o ipê e sua força amarela
Era uma flor magoada, as pétalas não cingiam as sépalas e os receptáculos florais
No lugar das pétalas, espinhos pululavam sequiosos do fel que a mágoa escorre
Os seus espinhos cortaram nossa existência, transpassaram nossos sonhos, nossos amigos, nossa família, a mágoa alheia e a nossa mágoa.
E tudo que era belo na noite; num segundo apagou até mesmo as estrelas do céu,
Mas não falo daquelas que preenchem o Cinturão de Órion, nem daquelas que desenham o Pássaro Grou e que dão asas ao Peixe Voador, falo das que carregam o meu e o seu nome.
4 comentários:
Terça-feira de cinzas antecedeu a quarta na mesma cor. Qualquer dia cinza e sem flores amarelas pode render uma bela prosa.
...
Um belo escrito nos encanta no pós carnaval.
Nossa que lindo! As estrelas qu carregam o teu e o meu nome, é a minha parte favorita. Parabéns! Bjs
Postar um comentário