23 julho 2013

Sinto algo morrer dentro de mim


Pareço estar em plena marcha fúnebre nesta escuridão inócua do meu quarto,
Descanso a mente sobre o travesseiro,
Já é madrugada, é nesta hora que sinto surgir os pensamentos,
Tento sobre um leve desespero encontrar uma paz.
Nada.
O ócio consome minha pele feito nicotina,
Prazer súbito de estar deitado junto ao mal estar de estar vivo,
Assim o dia termina como se nem tivesse começado,
Sinto algo morrer dentro de mim,
E não é a vida uma constante marcha para morte?
Apenas não pensamos nisso.
Não sei como terminar estas linhas, também pudera, nem mesmo o meu dia soube administrar,
Percebo por fim que o melhor é fechar os olhos,
Deixar que a mente trabalhe sozinha,
Quem sabe sonhar,
Este é um bom fim para estas linhas: Sonhar.
Sinto algo morrer dentro de mim, vocês sabem o que é isso?
Sabem.

Boa noite.

15 julho 2013

Incompleta existência

Existe um fio condutor dos nossos pensamentos que nos levam pelos caminhos da vida, os discursos intrínsecos são dos mais variados possíveis e, muitas vezes, nos colocam no limbo da nossa identidade. Perdemos a cultura ou não sabemos quem somos?
A resposta para isso não se encerra em meia dúzia de palavras. Fala-se muito em coerência, mas o que vemos é um montante de incoerências que muitas vezes são recíprocas. Onde vão parar nossos pensamentos, nossas liberdades? Vivemos felizes achando que tudo está certo, a arte, a cultura, a luta, tudo caminha, afinal estas não vão parar nunca, mas para onde? Às vezes não é necessário ter a convicção do caminho, é necessário apenas, repito, apenas... Saber porque se anda, porque se luta, porque se fala. Serão estas atitudes uma convicção? Creio que sim, o léxico é variado em significado. Qual é o meu fio condutor que me leva a existência sem esteriótipos? É possível viver neste mundo sem ter alguma demarcação? E a demarcação é necessária para se criar um grupo com ideias semelhantes?
Estou sendo muito vago, eu sei,  também pudera, este texto e estas palavras brotam na mente feito pé de laranjeira, vem da poeira desta estrada, vem da poeira acumulada ao suor da labuta. Busco, não mais a felicidade, a felicidade foi ultrapassada, a felicidade é uma ideia velha, quiça morta, busco existir apenas, existir na vida, é chegado este tempo Drummond "Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação". Nos entremeios do dia e da noite a existência passa ininterruptamente aglutinada por um montante de relações, é chegada a hora da existência completa, ainda que no horizonte se mostre incompleta, ainda...