26 março 2011

Sr. Khadafi

Caro Sr. Muamar Khadafi,
Quero dizer que o poder não é tudo isso...
Às vezes é preciso deixá-lo, o poder mata o sangue de seu sangue.
Do que adianta Khadafiar o desejo de liberdade do seu povo
Mubarakiando todo tipo de atrocidades?
Queria que sua cabeça Khadafizesse o contrário, Khadilhotinada fosse pela crueldade que você semeia,
O poder é causa da morte Sr. Khadafi, crie consciência e pense no seu povo,
Pois sua prole não aguentará, e por vez em vez, em Khadafizinhos sem descendência se tornarão. 

20 março 2011

Conversa entre Gerações

Estão no ponto de ônibus três pessoas, ambos esperam o ônibus. Expressam na fronte a paciência ou a falta dela. O da geração X, inquieto, não deixa de olhar o relógio a cada cinco minutos. O da geração Y manda mensagens para alguns amigos dizendo que vai se atrasar. Enquanto isso, calmamente, e sentado no canto direito, suspirando e sorrindo debaixo do toldo, o da geração Z  com um aparelho na mão, deleita-se na internet, ouve música, e já disse a um colega,  via facebook, para avisar a sua mãe que vai se atrasar para o almoço.

12 março 2011

5... 3... 1...

5... 3... 1... Cada pedaço do tempo escorre em minhas mãos

Já nem sei se eu perco o tempo ou se ele me perde

Corro mas não sei onde e em qual corrida a morte me espera

A vida há muito desde o meu começo e consciência enche-me de dor

O tempo é o único e implacável metal que indestrutível

Segue seguro de sua partida

Você pode correr os bares

Misturar vodka a outros líquidos

Mas a sua vontade não vai ser aceita por essa lei, única lei superior,

O tempo, não para, não volta, não ouve sua prece,

É surdo!

Locomotiva desgovernada

08 março 2011

Mágoa

Aos poucos as rosas se transformaram em tragédias Shakespearianas

O tempo passou a ser um contínuo caminho incerto e sem ruas

Seu nome era Pequena, encostava sua cabeça junto ao meu peito

Você me chamava de lua, o motivo da minha existência era sua segurança

O que sou agora se não uma lembrança amarga?

Existiu no meio do nosso caminho uma flor, mas não era o ipê e sua força amarela

Era uma flor magoada, as pétalas não cingiam as sépalas e os receptáculos florais

No lugar das pétalas, espinhos pululavam sequiosos do fel que a mágoa escorre

Os seus espinhos cortaram nossa existência, transpassaram nossos sonhos, nossos amigos, nossa família, a mágoa alheia e a nossa mágoa.

E tudo que era belo na noite; num segundo apagou até mesmo as estrelas do céu,

Mas não falo daquelas que preenchem o Cinturão de Órion, nem daquelas que desenham o Pássaro Grou e que dão asas ao Peixe Voador, falo das que carregam o meu e o seu nome.