23 outubro 2013
O último discurso
A
humanidade não existe. Não, não falo do ser humano, abranjo neste apêndice o imbróglio
de um significado muito maior do que este bípede que reina sobre as espécies
adornado da racionalidade e do polegar opositor. Humanidade, aquilo que vem
junto com esta tal dádiva que é a razão seguida dos batimentos cardíacos e
liberações químicas que geram os conhecidos sentimentos. Não há humanidade, na
humanidade, e não é mera redundância, é que não há mesmo, visto assim de uma
visão geral o motivo pelo qual aceitamos a forma como esta sociedade se
organizou. Discurso vazio? É isso mesmo, a terra vazia seria mais linda do que
povoada por pequenas mentes insanas que infestam os veículos midiáticos, que
reprimem, e que restringem a beleza da vida ao status quo da corrida pelo
trono, do ideal burguês, da casa na praia e carro do mês. Você não é assim? Então
dança nesta valsa mórbida, e canta, e pula, e sorri, que dia após dia isso só
vai piorar
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