12 agosto 2013

Folha em branco

Tenho na ponta da caneta o desejo mais contido, quase pueril, de dizer algo a você. Meus  olhos estão molhados como aquela manhã de agosto, são como orvalho nas ruas já sem placas para indicar o destino. Doravante, estes anseios deslizam sobre minha insignificante mente uma palavra que não sei ao certo se é de toda flor ou erva daninha. Penso que talvez eu tenha achado o conceito, no entanto, há tanto a dizer, sempre temos tanto a dizer, é uma pena que pensamos tanto. No pensar quase frenético dos dias acabamos por nem perceber as horas que se vão, os dias que passam, o meses e anos que não voltarão. Tudo é, tudo foi. Passado.  Assim termino com a caneta esferográfica na mão e a vontade de pintar o papel que incrédulo aquém dos meus sentimentos permanece inexorável, ele não vai me ajudar, é apenas uma folha em branco, o que mais você queria de uma folha em branco?

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