Tenho na ponta da caneta o desejo mais contido, quase
pueril, de dizer algo a você. Meus olhos
estão molhados como aquela manhã de agosto, são como orvalho nas ruas já sem
placas para indicar o destino. Doravante, estes anseios deslizam sobre
minha insignificante mente uma palavra que não sei ao certo se é de toda flor
ou erva daninha. Penso que talvez eu tenha achado o conceito, no entanto, há
tanto a dizer, sempre temos tanto a dizer, é uma pena que pensamos tanto. No
pensar quase frenético dos dias acabamos por nem perceber as horas que se vão,
os dias que passam, o meses e anos que não voltarão. Tudo é, tudo foi. Passado.
Assim termino com a caneta esferográfica
na mão e a vontade de pintar o papel que incrédulo aquém dos meus sentimentos
permanece inexorável, ele não vai me ajudar, é apenas uma folha em branco, o
que mais você queria de uma folha em branco?
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