26 fevereiro 2011

A criança que sente

O pai fala com o filho:
- Sim meu filho, você tem que estudar para ser alguém na vida.
O menino fica intrigado com a afirmação, coça a cabeça, chama o pai para mais perto e junto ao ouvido, quase sussurrando, pergunta:
- Mas o que é ser alguém na vida?
- Crescer e ter um bom emprego, preferencialmente ser gerente de alguma empresa, uma vida estabilizada, compreende?
O menino olha ao seu redor, observa ao longe um sanfoneiro que na praça toca uma melodia, essa melodia preenche seus ouvidos, sente um frêmito cortar seu corpo e então pergunta:
- Eu posso ser alguém na vida sendo um músico pai?
Por um instante o pai fica em silêncio, depois, franzindo a testa desenha no rosto um enjoo:
- Como assim?

8 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
binha disse...

como um tapa, veladamente um tapa...

Maria Marluce disse...

Pensando bem! teu escrito nos faz refletir sobre. Parabéns.Obrigaga pela visita.

Maria Marluce disse...

Pensando bem! teu escrito nos faz refletir sobre. Parabéns.Obrigaga pela visita.

Maria Marluce disse...

Desculpe quando fui postar não sei que comando dei e o comentário publicou duas vezes. Sinto-me feliz com tua visita e parabéns você é meu centésimo seguidor, logo o poema retribuição te aguardou com muita expectativa. Somos da mesma área de formação. Faço mestrado.

Maria Marluce disse...

Sugiro que siga !mundo suspenso para ser também o centésimo dele. Ele comentou no meu blog como R.B. Côvo, mas o blog é o que disse acima.

Samuel disse...

Cada frase feita no senso comum esconde uma crença, uma pseudo verdade que não se sustentaria com um pensamento crítico. O que é ser alguém? É atingir uma posição social respeitada e admirada? Penso que não, pois os artistas de rua são alguém e, às vezes, com a vida muito mais interessante que a de um grande executivo. Contudo, não há problemas em ter status. O importante é saber como você quer estragar a sua vida. A escolha é só sua.

Ulisses disse...

"Somos do tamanho dos nossos sonhos, e não da nossa altura."